Relação Amorosa

01/01/2010 00:01

 

 

Relação Amorosa

 

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio.

As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

 

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

 

A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.

 

O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

 

Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher.

Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.

 

A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante.

Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.

 

A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.

Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.

 

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.

 

Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.

O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração.

Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem

 

O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.

 

Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.

O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

 

A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.

Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.

 

E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade.

Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva

 

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho,ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.

 

Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

 

 Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

 

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.

 

Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

 

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

 

Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes temos

de aprender a nos perdoar a nós mesmos...

 

“Eu Te respeito, eu te Valorizo,

você é importante pra mim”.